Supremo retoma julgamento que pode definir liberdade ou prisão de Lula; acompanhe ao vivo
Supremo retoma julgamento que pode definir liberdade ou prisão de Lula; acompanhe ao vivo
Veja a matéria original em: http://www.infomoney.com.br//mercados/politica/noticia/7362719/supremo-retoma-julgamento-que-pode-definir-liberdade-prisao-lula-acompanhe
SÃO PAULO – O Supremo Tribunal Federal retoma, na tarde desta terça-feira (4), o julgamento do pedido de habeas corpus impetrado pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para impedir eventual prisão do líder petista após esgotados os recursos disponíveis na segunda instância da Justiça Federal. O caso começou a ser julgado em 22 de março, mas a sessão foi interrompida pela Corte e os ministros decidiram conceder liminar acautelatória para impedir qualquer cumprimento da pena antes que fosse proferida uma decisão sobre o HC.
Lula foi condenado pelo juiz federal Sérgio Moro a nove anos e seis meses de prisão, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, e pela 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que, por decisão unânime dos três desembargadores, aumentou a pena para 12 anos e um mês na ação penal do tríplex do Guarujá (SP), no âmbito da Operação Lava Jato.
No julgamento de hoje, os 11 ministros do STF decidirão pela concessão ou rejeição do habeas corpus preventivo apresentado pela defesa de Lula. O resultado ainda é imprevisível, sendo a grande incógnita a posição da ministra Rosa Weber, considerada voto decisivo nessa questão específica e na discussão sobre uma possível revisão na atual jurisprudência, que permite o início do cumprimento de pena após esgotados os recursos em segunda instância.
Acompanhe a sessão ao vivo pelo vídeo abaixo:
RESUMO DA SESSÃO
14h45 – Fachin vota para negar HC: 1 x 0
Relator do caso, o ministro Edson Fachin votou pela denegação do pedido apresentado pela defesa do ex-presidente Lula. Em sua fala, ele defendeu a manutenção da atual jurisprudência do cumprimento de pena após esgotados recursos em segunda instância e avaliou que tal entendimento não poderia ser alterado pelo presente julgamento. O magistrado sustenta que o debate precisa ser enfrentado através de ADCs (Ações Declaratórias de Constitucionalidade). A postura do ministro busca evitar que se aplique repercussão geral à decisão deste HC.
15h05 – Gilmar antecipa voto
Devido a uma viagem a Portugal, o ministro Gilmar Mendes pediu para antecipar seu voto. Em sua fala, o magistrado defende a repercussão geral da decisão sobre o habeas corpus de Lula. Ele defende que não faz sentido votar de forma distina a questão específica e as ADCs que tratam genericamente a prisão em segunda instância. Depois de uma discussão entre os ministros, quatro já indicaram posição favorável à ampliação do escopo do debate: além de Gilmar, os ministros Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio Mello, considerados votos favoráveis à mudança da atual jurisprudência, e Luiz Fux, contrário à mudança de entendimento.
15h18 – Gilmar justifica mudança de posição
Em 2016, o ministro votou pela prisão após condenação em segunda instância. Agora, ele sustenta que, na ocasião, foi aprovada a possibilidade de tal aplicação e que não foi defendida a obrigatoriedade. Contudo, ele disse que tal conduta tornou-se automática nas instâncias inferiores. Gilmar Mendes argumentou que a aplicação automática da condenação após esgotamento de recursos na segunda instância pode provocar “brutal injustiça em um sistema já injusto”.
15h58 – Gilmar vota a favor de HC: 1 x 1
Ministro conclui o voto favorável à concessão do pedido feito pela defesa do ex-presidente Lula.
16h – Uma pausa
A presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia, suspendeu a sessão por 30 minutos.
17h – Alexandre de Moraes vota contra HC de Lula: 2 x 1
Na retomada da sessão, a presidente Cármen Lúcia dá a palavra ao ministro Alexandre de Moraes. Em sua manifestação de voto, o magistrado citou o combate à corrupção e defendeu a jurisprudência firmada em 2016, que permite a execução da pena após esgotamento de recursos na segunda instância. Segundo o ministro, em quase 3/4 da vigência da atual Constituição, cerca de 3/4 dos ministros que passaram pela Corte defenderam a possibilidade de execução provisória da pena. Ele defendeu que a mudança de entendimento tornaria sem efetivamente decisões em instâncias menores, tornando-as meros tribunais de passagem. Alexandre de Moraes votou pela negação da concessão do HC e a ampliação da discussão.
17h38 – Luis Roberto Barroso indica voto contrário a Lula: 3 x 1
Barroso acompanhou posição do relator Edson Fachin e votou pela rejeição do HC. Ele ressaltou que, no presente caso, o STF está julgando pedido contrário à decisão do STJ e sustentou que não houve ilegalidade, com a jurisprudência sendo respeitada. O ministro foi enfático em defender a atual jurisprudência. Disse que o entendimento anterior ao que passou a ser aplicado com a possibilidade de execução da pena após condenação em segundo grau “condenou a advocacia criminal ao papel de interpor recurso incabível atrás de recurso incabível”, o que prejudicou a Justiça no Brasil ao promover um clima de impunidade.
18h40 – Considerada voto decisivo, ministra Rosa Weber inicia leitura de seu voto
(com Agência Brasil)