“Senado quis mandar um recado” para Bolsonaro com reajuste do STF, diz senador Ricardo Ferraço

“Senado quis mandar um recado” para Bolsonaro com reajuste do STF, diz senador Ricardo Ferraço

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Ricardo Ferraço
(Marcelo Camargo/Agência Brasil)

SÃO PAULO – O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) afirmou que a aprovação do aumento do salário dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), na noite de quarta-feira (7), foi um recado ao governo de Jair Bolsonaro (PSL).

“Me pareceu que o Senado quis mandar um recado para ele [Bolsonaro], algo do tipo: veja com quem está falando”, disse o senador em entrevista exclusiva à Rádio Eldorado.

Algumas declarações de Bolsonaro e sua equipe, em especial o futuro ministro da Economia Paulo Guedes, parecem ter irritado os parlamentares, segundo avaliação de Ferraço.

“Me parece que o presidente eleito e o economista Paulo Guedes talvez não tenham feito tanto carinho como esses políticos querem receber. Foi um pouco de ressentimento por não ter recebido os naturais afagos que pudessem de alguma forma massagear sua vaidade. É um absurdo”.

Vale lembrar que Guedes criou um mal estar nesta semana ao dizer que precisava dar “uma prensa” no Congresso para aprovar a Previdência. Bolsonaro tentou, em outra entrevista, apaziguar os humores: “a palavra não é prensa. É convencimento”, disse, lembrando os parlamentares são independentes e não são movidos a pressão. “Ninguém vai pressionar parlamentar. Nos vamos é tentar convencê-los”, avisou.

Pauta-bomba

Com 41 votos a favor e 16 contra, o Senado aprovou a “pauta-bomba” que reajusta os salários dos ministros do STF, o que deve ter impacto em vários outros setores do judiciário. Com o reajuste, os salários dos magistrados terão um aumento de 16%, passando de R$ 33,7 mil para R$ 39,2 mil.

O Projeto de Lei agora vai para sanção presidencial. É prerrogativa do presidente da República vetar a proposta, se assim desejar. A contrapartida negociada por Michel Temer agora é o judiciário terminar com o auxílio-moradia em nível federal, tema que ainda deve ser votado pelo Plenário do STF.

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O valor recebido pelos ministros é considerado como o teto para o funcionalismo público no Brasil e, com este reajuste, deveocorrer um efeito cascata, com impacto nas contas da União, Estados e municípios de R$ 4 bilhões em 2019, segundo cálculos das consultorias de Orçamento da Câmara e do Senado.

Além do claro problema fiscal enfrentado pelo país, a conta a pagar da aprovação do projeto ainda durante o governo Temer chegará na gestão de Bolsonaro, que chegou a sinalizar antes da votação não gostar da pauta. “Obviamente não é o momento [para esse aumento de despesa]”, disse o presidente eleito.

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