Lava Jato corre risco de se tornar uma catástrofe se STF impedir prisão de Lula, diz Dallagnol
Lava Jato corre risco de se tornar uma catástrofe se STF impedir prisão de Lula, diz Dallagnol
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SÃO PAULO – Na véspera do julgamento do habeas corpus de Lula no STF (Supremo Tribunal Federal), o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa do Ministério Público Federal na Operação Lava Jato, afirmou que a operação corre risco de se tornar uma catástrofe com o resultado da decisão de amanhã.
Em entrevista ao Jornal Eldorado nesta terça-feira (3), ele afirmou que o caso não diz respeito somente a Lula. “As pessoas não estão percebendo que não é só o caso Lula. É o caso Lula. É o caso Renan [Calheiros], o caso Aécio Neves, se eles perderem o foro, é o caso do Eduardo Cunha, que está preso em primeiro instância. É o caso de todo poderoso que praticou crimes graves”, disse.
Segundo Dallagnol, se o STF decidir conceder o habeas corpus e evitar a prisão de Lula em segunda instância, a Lava Jato pode se tornar uma catástrofe. “Nós vamos estar fazendo um teatro. Nós estamos trabalhando, as pessoas serão condenadas, mas as penas não serão executadas”, explicou o procurador.
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Ele alerta que a demora no julgamento e o impedimento da prisão até que se esgotem todos os recursos pode fazer com que o caso demora muito e prescreva, levando, por consequência, a impunidade.
O procurador ainda comentou o que esperar do julgamento desta quarta-feira, colocando suas esperanças no posicionamento da ministra Rosa Weber e criticando a mudança de postura de Gilmar Mendes desde 2016. De qualquer forma, ele definiu o debate sobre o habeas corpus como imprevisível.
“Na sabatina de quando entrou para o Supremo, ela [Rosa Weber] tinha sinalizado, claro que de modo não profundo, que era a favor da prisão após a segunda instância. Depois, ela mudou de posição. A gente tem esperança que ela possa voltar à posição original“, disse.
Já sobre Gilmar Mendes, Dallagnol lembrou que “em 2016, fez uma defesa muito forte a favor da prisão em segunda instância e, agora, a meu ver de modo inexplicável, ele mudou para o contrário”. O procurador acredita que a mudança em dois anos desgasta a credibilidade do Supremo e coloca em questão a sua imparcialidade.